Os clientes de supermercados dos estados do Paraná, Rio
Grande do Sul, Pará e Espírito Santo serão alertados sobre os riscos do consumo
excessivo de sal para a saúde. É que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) firmou, nesta terça-feira (16/10), acordo de cooperação com
associações de supermercados dos referidos estados para o lançamento de uma
campanha de conscientização em relação à redução do uso deste
nutriente.
A campanha prevê o uso de folderes, banners e cartazes,
nos supermercados dos quatro estados, com alertas sobre os riscos do uso
excessivo de sal nos alimentos. Também serão disponibilizados aos supermercados
spots para serem veiculados nas rádios internas dos
estabelecimentos.
Para o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, o
acordo reafirma um conjunto de esforços do governo para incentivar uma
alimentação saudável. “É papel de um estado que pretende ter um sistema de saúde
universal agir, alertar e amparar o cidadão em todos os estágios”, afirmou
Barbano, durante a abertura da cerimônia de assinatura do termo de
cooperação.
Já o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da
Agência, Agenor Álvares, destacou, na ocasião, que a campanha tem que ser
encarada como uma parceria entre o setor privado e o governo na busca da
melhoria da saúde da população. “Essa iniciativa demonstra que o governo e o
setor produtivo podem atuar de forma conjunta em benefício da população. Isso
não quer dizer que o governo será capturado por determinados segmentos da
sociedade”, explicou Álvares.
Estimativas
Estimativas demonstram que a população brasileira
consome cerca de 12 gramas de sal por dia, mais do que o dobro recomendado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de até 5 gramas diárias. Cerca de 40%
da composição do sal é sódio.
O sódio é considerado um nutriente de preocupação de
saúde pública que está diretamente relacionado ao desenvolvimento das Doenças
Crônicas não Transmissíveis: hipertensão, doenças cardiovasculares e doenças
renais. “A grande preocupação das autoridades de saúde no mundo inteiro é com as
doenças que são invisíveis”, disse Álvares
A campanha reforça as estratégias para a redução do
consumo de sódio pela população brasileira e se alia ao compromisso assinado
entre o Ministério da Saúde e as indústrias de alimentação para a redução
gradual da quantidade de sódio nos alimentos processados.
Dados
De acordo com a Organização Mundial de
Saúde (OMS), em 2001, 60% do total das 56,5 milhões de mortes
notificadas no mundo foi resultado de doenças crônicas não transmissíveis. Além
disso, o aumento da pressão arterial no mundo é o principal fator de risco de
morte e o segundo de incapacidades por doenças cardíacas, acidente cérebro
vascular e insuficiência renal.
Já dados do IBGE indicam que,
em 2009, uma em cada três crianças brasileiras na faixa de 5 a 9 anos estava com
sobrepeso, sendo que a obesidade atingiu 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas.
Durante o período de 1974 a 2009, a prevalência de sobrepeso em crianças e
adolescentes, entre 10 e 19 anos, passou de 3,7% para 21,7% no sexo masculino e
de 7,6% para 19,4% no sexo feminino. Nesse mesmo período, o sobrepeso na
população adulta masculina passou de 18,5% para 50,1%, enquanto que na feminina
foi de 28,7% para 48%.
Em termos de custos ao Sistema Único de Saúde, no
período de 2001 a 2010 houve aumento de 63% dos gastos em internações associadas
à hipertensão (desconsiderando o ônus com perda da qualidade de vida, não
mensuráveis). Internações por acidentes vasculares cerebrais, infarto do
miocárdio e outras doenças isquêmicas oneraram o sistema de saúde brasileiro em
quase U$20 milhões no ano de 2010.
Fonte: Imprensa / Anvisa
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